Quanto mais eventos acompanho sobre a disrupção do setor automóvel mais me apercebo da importância de manter uma prespetiva global. Conhecer a realidade de diferentes países é fundamental para compreender profundamente o fenómeno, separar o essencial do supérfluo e afinar as previsões do estudo "2025 Automotive 360º Vision". Nesta quarta-feira, o tempo esteve ótimo, aqui em Detroit! O TU Automotive tem lugar no Suburban Collection Showplace, com uma área dedicada a Conferências, uma zona de Expositores e ainda um espaço exterior onde decorrem test-drives de Veículos de Condução Autónoma. Os trabalhos arrancaram com uma intervenção de Thilo Koslowski da Porsche Digital. Esta subsidiária da Porsche AG posiciona-se como um centro de inovação digital, onde são desenvolvidos novos produtos e serviços, tanto pela marca como pelos seus parceiros. Claes Herlitz, VP Global Automotive Services da Ericsson, disse que o ritmo da mudança nunca será tão lento como agora! Referiu também que é importante considerar os veículos conectados como um parte de um ecossistema e que as grandes empresas se têm que ligar às Start-ups, de uma forma simples e rápida. Carl Herlitz, Ericsson. Doug Davis, da Intel, salientou o tempo que as inovações no setor automóvel demoram a implementar, depois de terem sido inventadas. Por exemplo, o ABS surgiu em 1950 e só passou a ser obrigatórios nos E.U.A. (em conjunto com o ESP), sessenta anos depois. Doug também falou da enorme quantidade de dados produzidos atualmente pelos automóveis. Explicou que esses dados hoje resultam, essencialmente, de ações humanas mas que, a partir de 2020, os dados produzidos "on board" pela Inteligência Artificial irão ultrapassar a informação gerada pelos próprios seres humanos. Doug Davis, Intel. "No futuro, os automóveis icónicos da Volkswagen serão o Beetle, o Golf e... o I.D.", afirmou Jaime Camhi, da Volkswagen Group of America. Ele insisitiu na enorme importância que a eletrificação tem para este construtor, também aqui nos E.U.A. Jaime deu exemplos de vantagens da nova plataforma MEB do Grupo, como foi o caso da bateria plana usada no novo I.D. face à bateria do atual e-Golf: esta última tem formas muito mais complexas, para se poder adaptar aos espaços livres da plataforma MQB, concebida para Veículos de Combustão Interna. Jaime Cahmi, Volkswagen Group of America. Peter Kosak, Executive Director Urban Mobility da General Motors, falou da importância das iniciativas publico-privadas no domínio da mobilidade. Defendeu também que os sistemas de partilha de veículos, deveriam ter a capacidade de transmitir uma "sensação de propriedade" ao seus utilizadores. Apresentou o inovador serviço "Maven Gig" que, proximamente, será alvo de um artigo dedicado, aqui no World Shopper News. Peter Kosak, GM e Maven. Ao longo do dia houve vários paineis. Num deles subordinado à expansão do mix de mobilidade, foram avançadas várias ideias para utilizações dos Veículos de Condução Autónoma (VCA) de Nível 5, chegando a ser sugerida a utilização como escritório móvel. Também foi dito que os Veículos de Condução Autónoma irão trazer uma grande simplificação das gamas dos OEMs e que poderão originar um aumento das velocidades máximas legais, graças a níveis mais elevados de segurança. Ted Serbinski, Techstars. Dawn Mortimer fez uma apresentação sobre o futuro das seguradoras, nomeadamente sobre a agilização e precisão que a Inteligência Artificial e a Conectividade irão trazer ao processo das indemnizações. Outra sessão que me chamou a atenção foi a da Techstars, um fundo de Venture Capital de alcance mundial, muito focado na mobilidade. Ted Serbinski disse, por exemplo que, em 2030, o lucro das vendas de serviço e de tecnologia ultrapassaria a margem resultante das vendas de automóveis. O diretor geral da Techstars também explicou as atuais parcerias entre os OEM e os novos atores da mobilidade (foto inicial). Mark Thomas, da Ridecell, demonstrou a vantagem da utilização da mesma frota em diferentes serviços de mobilidade, por exemplo em Car-Sharing e Ride-Hailing. Referiu vários exemplos de aplicação do conceito da Ridecell, como é o caso do ReachNow da BMW, a primeira oferta multiserviço de um OEM (Car-Sharing, Ride-Sharing, Car-Sharing Residencial e Aluguer). Mark também mencionou o Gig Car Share, um serviço que se distingue pela oferta de uma frota de Toyota Prius c, equipados com porta-bicicletas. A RideCell também está na origem de um inédito serviço de Car-Sharing, prestado por um Concessionário polaco da Skoda e que será alvo de um artigo dedicado, aqui no WS News. Durante o primeiro dia do TU Automotive Detroit ainda houve tempo para experimentar um Veículo Autónomo de Nível 4 da Perrone Robotics. Este tema também será tratado num artigo dedicado com vídeo.
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March 2022
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